No mercado de ações, nem sempre os papéis mais comentados ou com desempenho recente chamativo são boas oportunidades de investimento.
Muitas vezes, fundamentos frágeis, problemas de governança ou mesmo preços já esticados tornam algumas empresas menos atrativas em relação a alternativas disponíveis.
Nesta análise, destacamos quatro companhias bastante solicitadas — Ambipar (AMBP3), Cury (CURY3), Helbor (HBOR3) e Santander (SANB11) — e explicamos por que, no momento, não recomendamos a compra desses ativos.
AMBIPAR (AMBP3): SINAIS VERMELHOS DE LIQUIDEZ E GOVERNANÇA
A troca recente do CFO seguida do pedido de tutela para proteção contra credores acende o alerta máximo.
Apesar do “caixa” reportado, parte relevante estaria aplicada em FIDC com resgates longos e em títulos (green bonds) negociados a frações do valor de face — indício de baixa liquidez e risco elevado.
A estrutura com centenas de subsidiárias e a integração mal detalhada das aquisições aumentam a opacidade.
Em cenários assim, recuperação judicial torna-se plausível e a empresa “trava”. Nossa leitura: ficar de fora.
CURY (CURY3): NEGÓCIO EFICIENTE, PREÇO MENOS CONVIDATIVO
A operação é bem gerida e o ciclo do Minha Casa, Minha Vida segue favorável, com dividendos e recompra apoiando o papel.
Porém, olhando preço/múltiplos atuais e alternativas, Cyrela (CYRE3) entrega uma exposição mais ampla (própria Cyrela, Lavvi, Plano&Plano e a própria Cury), com melhor relação risco-retorno para o acionista neste momento.
Nada contra a Cury — a preferência é por Cyrela pela alocação mais completa.
HELBOR (HBOR3): AVANÇO OPERACIONAL, MAS AINDA COM PONTOS PENDENTES
A companhia reduziu estoques e voltou a resultados positivos, mas continua sendo uma incorporadora “pura”, terceirizando obras — justamente a parte mais sensível do setor em um país de inflação e juros voláteis.
Mesmo com a forte alta recente das ações, ainda vemos cases mais redondos no setor, como Cyrela, JHSF e Moura Dubeux.
Para quem busca exposição a construção civil, priorizamos esses nomes.
SANTANDER (SANB11): ESPREMIDO ENTRE GIGANTES E FINTECHS
O “número mágico” para grandes bancos seguirem crescendo e distribuindo bons dividendos é ROE acima de 20%.
Pelo que acompanhamos, o Itaú está melhor posicionado para entregar (e até ampliar) esse patamar, graças ao corte de custos e execução consistente.
O Santander, por sua vez, fica prensado entre pares tradicionais e fintechs, o que pode manter o papel defasado por mais tempo.
Em um cenário assim, a própria companhia já ventilou no passado a alternativa de fechar capital em alguns mercados — algo que não descartamos no Brasil. Preferência clara: Itaú.
PARA ONDE IR A PARTIR DAQUI
Para quem busca risco controlado e melhor visibilidade, a nossa preferência atual é por Cyrela (CYRE3) no setor de construção e Itaú (ITUB4) entre os grandes bancos.
Já a Ambipar (AMBP3) deve ser evitada até que o quadro de liquidez e governança seja devidamente esclarecido.
Em momentos de dúvida, o foco deve permanecer em fundamentos verificáveis, alocação equilibrada e múltiplos que façam sentido — afinal, é isso que sustenta retornos consistentes ao longo do tempo.
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