As ações da Petrobras (PETR4) seguem em trajetória lateral nos últimos doze meses, mas a leitura fundamental da empresa é negativa.
Apesar da estabilidade do preço, a companhia vem apresentando deterioração de resultados e decisões estratégicas questionáveis, que reduzem a capacidade de geração de valor para o acionista.
É importante separar o comportamento de curto prazo da ação do desempenho real da empresa.
Em muitos casos — como o da Petrobras — o preço se mantém, enquanto a qualidade dos lucros e a eficiência operacional se deterioram.
INVESTIMENTOS E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Os novos investimentos anunciados recentemente não representam surpresa: já constavam do plano estratégico da companhia.
Entre eles, destaca-se a reativação de unidades de fertilizantes nitrogenados e a retomada do setor naval, com previsão de R$ 2,6 bilhões em aportes na Bahia.
Embora esses movimentos estejam alinhados ao discurso de estímulo à indústria nacional, não têm sinergia com o core business da Petrobras.
A companhia também prevê R$ 9,6 bilhões para ampliação da capacidade de refino no Rio de Janeiro, buscando elevar a produção diária de 1,6 milhão para cerca de 2,1 milhões de barris.
O ponto mais controverso, porém, é a inclusão de investimentos vinculados à Braskem (BRKM5) no plano da estatal — algo que, em nossa visão, não faz sentido econômico.
A Braskem enfrenta alto endividamento e desafios operacionais, e alocar capital adicional nesse ativo desvaloriza o próprio patrimônio da Petrobras.
POLÍTICA DE DIVIDENDOS E PERSPECTIVAS
Os dividendos vêm caindo de forma consistente, reflexo da piora dos resultados e do aumento de investimentos de baixa rentabilidade.
Mesmo com o preço das ações estável, o dividend yield já mostra redução relevante — sinal de que a rentabilidade ao acionista tende a continuar diminuindo.
A Petrobras está indo na contramão das grandes petroleiras globais, que reduziram investimentos e focaram em eficiência e retorno ao acionista.
Enquanto empresas internacionais fortalecem balanços e mantêm distribuição estável, a Petrobras prioriza aportes políticos e projetos de baixa previsibilidade.
VALUATION E RECOMENDAÇÃO
A companhia ainda se beneficia de preços de petróleo em patamar razoável, mas o ciclo de ganhos excepcionais entre 2021 e 2022 não deve se repetir.
O período de forte geração de caixa, impulsionado pela venda de ativos e pelo preço elevado do barril, ficou para trás.
A tendência agora é de queda gradual dos lucros e compressão do yield, com a empresa voltando a depender mais de decisões de governo do que de fundamentos de mercado.
Por essa razão, reiteramos recomendação de venda das ações da Petrobras (PETR4).
ANÁLISE CAPITALIZO
A Petrobras segue como um caso claro de descasamento entre o interesse do governo e o interesse do acionista.
Enquanto o foco deveria estar na eficiência e na distribuição de resultados, a estatal direciona capital a frentes que pouco ou nada agregam em rentabilidade.
Mesmo que o preço do petróleo se mantenha estável, o risco de destruição de valor é elevado — tanto pela política de investimentos quanto pela interferência política na gestão.
Para investidores em busca de dividendos e previsibilidade, há alternativas superiores no setor, tanto no Brasil quanto no exterior.
QUALIDADE, DISCIPLINA E FOCO EM VALOR
A tese da Capitalizo permanece clara: não basta pagar dividendos, é preciso gerar lucros sustentáveis.
O investidor deve priorizar empresas com gestão eficiente, foco no negócio principal e alinhamento real com o interesse do acionista.
A Petrobras, no momento, não cumpre esses critérios. Por isso, recomendamos rotacionar posições e buscar exposição em petroleiras com fundamentos mais consistentes e política de capital voltada ao longo prazo.
CARTEIRA DIVIDENDOS+
Na Carteira Dividendos+ da Capitalizo, reunimos empresas sólidas, lucrativas e com histórico consistente de distribuição de proventos.
Essa carteira tem como objetivo gerar renda passiva recorrente, com foco em crescimento sustentável e previsibilidade.
Abaixo, você confere o desempenho da Carteira Dividendos+ em comparação ao Ibovespa e ao IDIV:
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