A fabricante de telhas Eternit (ETER3) teve seu processo de recuperação judicial encerrado na última sexta-feira (09/08), conforme decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A empresa havia iniciado o processo em 2018, após a proibição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da venda de crisotila (amianto) no Brasil. O mineral, anteriormente utilizado em suas telhas, provém de uma mina da companhia em Goiás, a qual atualmente só pode ser explorada para exportação.
De acordo com o diretor-financeiro Vitor Mallmann, a Eternit enfrentou um período desafiador para adaptar seu parque fabril à nova realidade. Desde então, a empresa substituiu o amianto por fibras de polipropileno em suas telhas de fibrocimento.
A companhia começou a recuperação judicial com uma dívida de R$ 250 milhões e a encerrou com um saldo de R$ 37,3 milhões.
O presidente Paulo Roberto Andrade revelou que a Eternit buscou incluir no plano de recuperação um acordo para se proteger de possíveis processos trabalhistas futuros. A empresa está exposta a riscos relacionados ao amianto, e créditos decorrentes de ações anteriores a 2018 serão pagos conforme as condições da recuperação judicial.
Mallmann afirma que a empresa saiu da recuperação judicial “mais robusta”. Durante o período, a Eternit vendeu imóveis e sua divisão de louças sanitárias, adquiriu uma fabricante de telhas de fibrocimento, construiu uma nova fábrica no Ceará e ampliou outra em Manaus.
Com o objetivo de rentabilizar seus ativos, a empresa atualmente vende 60% de sua capacidade de produção e planeja diversificar seus produtos com pisos e itens para construção industrializada, além de telhas com células fotovoltaicas. A Eternit já está comercializando essas telhas em uma planta-piloto.