A Equatorial (EQTL3) foi o único grupo a apresentar proposta para se tornar sócia de referência na privatização da Sabesp (SBSP3), conforme noticiado na quarta-feira (26/06).
A empresa fez uma oferta de R$ 67 por ação para adquirir 15% da companhia paulista, resultando em um desembolso de R$ 6,87 bilhões. Segundo o governo, o valor ficou acima do preço mínimo estabelecido pelo Estado, que ainda não foi divulgado.
A oferta da Equatorial está 10,6% abaixo do preço atual da ação, que fechou na sexta-feira (28) em R$ 74,97, uma queda de 1,16% em relação ao dia anterior. Este ano, as ações chegaram a um pico de R$ 84,96.
Questionada sobre o preço abaixo do patamar atual, a secretária paulista de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, afirmou que não é possível comparar o preço dos papéis em negociação com as ações que serão compradas pelo sócio estratégico.
Ao adquirir os 15% de participação, o acionista de referência terá um papel ativo na gestão, com um terço do conselho de administração, além do compromisso de permanecer até 2029, sem possibilidade de vender os papéis nesse período.
A Aegea, que também vinha se preparando para apresentar proposta, desistiu na última hora, e o empresário Nelson Tanure, que havia manifestado interesse, também não participou, como já era esperado no mercado.
Dessa forma, a Equatorial se tornou a única interessada em comprar os papéis, tornando-se a provável sócia estratégica da companhia paulista de saneamento após a privatização.
Em nota, a Equatorial afirmou que “seguirá acompanhando todas as etapas e trâmites previstos no edital” e que a oferta “é mais um passo na consolidação da companhia no segmento de saneamento brasileiro, expansão geográfica para a região sudeste e diversificação no segmento de infraestrutura”.
Com o anúncio da proposta única da Equatorial, deverá ser iniciado o “bookbuilding”, a coleta de intenção dos investidores interessados em comprar os demais papéis da oferta.
O Estado deverá vender, além dos 15% que ficarão com a Equatorial, outros 17% ao restante do mercado, de forma mais pulverizada. O processo deverá durar do dia 1º ao 15 de julho.
A Equatorial precisa atingir um volume mínimo de demanda dos demais investidores para garantir a vitória no processo, mas a expectativa no mercado é que o “bookbuilding” atingirá esse piso. O governo não divulgou o patamar mínimo de demanda que o “bookbuilding” terá que atingir para se confirmar.