As ações da Americanas (AMER3) caíram até -69,70%, chegando a R$ 0,10, na sessão desta quinta-feira (15/08), após a divulgação de resultados e o cancelamento de projeções financeiras. Às 11h25 (horário de Brasília), os papéis ainda registravam queda de 66,67%, sendo cotados a R$ 0,11.
A varejista, que está sob um dos maiores processos de recuperação judicial da história do Brasil, registrou um prejuízo líquido de R$ 1,4 bilhão no primeiro semestre de 2024, uma melhora em comparação ao prejuízo de R$ 3,2 bilhões do ano anterior.
No entanto, a empresa decidiu cancelar as previsões de desempenho divulgadas no final do ano passado, justificando a necessidade de reavaliar as expectativas futuras.
Anteriormente, a Americanas estimava alcançar um lucro operacional (Ebitda) superior a R$ 2,2 bilhões em 2025, com uma dívida bruta entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão e alavancagem abaixo de 0,75 vez.
No primeiro semestre de 2024, a companhia reportou um Ebitda positivo de R$ 1,3 bilhão, revertendo o resultado negativo de R$ 1,185 bilhão de um ano antes.
As vendas brutas, medidas pelo GMV, caíram 9% em relação ao primeiro semestre de 2023, totalizando R$ 10,1 bilhões, com pressão no segmento digital. Já as vendas no conceito mesmas lojas cresceram 19,7%, resultado que a empresa atribuiu à “otimização” do parque de lojas. A Americanas encerrou junho com 1.622 lojas, uma redução em relação às 1.803 unidades de 2022.
Durante uma conferência com analistas, o CEO da Americanas, Leonardo Coelho, enfatizou que a empresa está focada exclusivamente na operação da rede em recuperação judicial desde o final de junho e que pode retomar as previsões canceladas em breve.
A diretora financeira, Camille Faria, acrescentou que a companhia está avaliando a possibilidade de retomar o guidance em um futuro próximo, após reavaliar as estimativas operacionais à luz dos resultados mais recentes.