A AgroGalaxy (AGXY3), uma das principais redes de varejo de insumos agrícolas do Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial na quarta-feira (18/09). A empresa revelou um passivo total de R$ 3,7 bilhões e US$ 160 milhões, que inclui dívidas com instituições financeiras, fornecedores e produtores rurais.
Os principais credores são a Vert Companhia Securitizadora, com R$ 516,4 milhões em CRAs; Banco do Brasil, com R$ 391,2 milhões; Santander, com R$ 278,4 milhões; e Citibank, com R$ 106,8 milhões. Grandes fornecedores como FMC, Opea Securitizadora e Albaugh Agro Brasil também estão na lista, com débitos que somam milhões.
Além das dívidas com instituições financeiras, a AgroGalaxy possui débitos relacionados a operações de fixação de preço de grãos e valores devidos ao seu controlador, Agrofundo Brasil X FIP, totalizando R$ 152,3 milhões. Outras dívidas incluem R$ 11,1 milhões em passivos trabalhistas e R$ 9,6 milhões a micro e pequenos empresários.
A empresa enfrenta dificuldades devido a “queda drástica nos preços das commodities”, “condições climáticas adversas” e “restrições de acesso a crédito”, o que afetou sua liquidez e capacidade de geração de caixa.
Na quinta-feira, 19, a AgroGalaxy recebeu uma liminar da juíza Alessandra Gontijo do Amaral, da 19ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, que suspendeu as execuções de dívidas e rescisões contratuais.
A decisão também bloqueou cláusulas de vencimento antecipado, concedendo um prazo de 45 dias para a empresa apresentar seu plano de recuperação e negociar com os credores. Durante esse período, recursos de cerca de R$ 205 milhões devem ser transferidos para contas de livre movimentação.