Analistas ficaram positivamente surpresos com os resultados do Grupo Casas Bahia (BHIA3) no segundo trimestre de 2024.
A empresa conseguiu melhorar sua rentabilidade durante o processo de reestruturação, o que gerou uma reação favorável do mercado. Às 10h26 (horário de Brasília) desta quinta-feira (08/08), as ações da BHIA3 subiram +16,16%, alcançando R$ 4,96.
A empresa registrou um lucro líquido de R$ 37 milhões no 2T24, revertendo um prejuízo de R$ 492 milhões no mesmo período de 2023. Isso ocorreu após um ano do lançamento de seu plano de reestruturação.
O lucro operacional, medido pelo Ebitda ajustado, caiu -3,5% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 452 milhões. Contudo, a margem Ebitda ajustada aumentou +0,7 ponto percentual, chegando a 7%.
Renato Franklin, presidente-executivo da companhia, destacou que o terceiro trimestre será marcado por crescimento: “O segundo trimestre foi o ponto de inflexão, agora vamos ter um crescimento marginal”, afirmou.
Após doze meses de reestruturação focada na redução de estoques, a empresa agora planeja “investimentos seletivos” em categorias-chave como eletrodomésticos, móveis e eletrônicos, segundo o CEO.
A Casas Bahia reduziu seus estoques para 82 dias, em comparação com 97 dias no 2T23, uma diminuição de R$ 1,4 bilhão. Além disso, concluiu a migração de 23 subcategorias de produtos para o marketplace, com um crescimento de 5,1% no volume bruto de mercadorias (GMV) em comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Franklin mencionou um crescimento em julho nas vendas mesmas lojas e espera que agosto seja ainda melhor. Ele também projeta que o quarto trimestre terá um crescimento mais substancial: “Ainda estamos em preparação, mas o terceiro trimestre já será melhor que o segundo.”
No 2T24, a receita líquida caiu -13,5% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 6,5 bilhões. Entretanto, a margem bruta subiu +1,6 ponto percentual, chegando a 30,7%.
As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) diminuíram -9,1% comparado ao mesmo período de 2023. Nos primeiros seis meses do ano, a Casas Bahia cortou sua força de trabalho em 20%, reduzindo mais de 10 mil funcionários e 40% da liderança, o que resultou em uma diminuição de 9,5% nas despesas com pessoal, liberando R$ 141 milhões.
Franklin também anunciou planos para expandir o sistema de crediário: “Vamos realizar captações no Fidc para expandir o crediário e gerar mais valor para a companhia.”
A Casas Bahia reportou um fluxo de caixa positivo de R$ 92 milhões no trimestre encerrado em junho, embora ainda registre um consumo de R$ 82 milhões nos primeiros seis meses do ano. Esse número é menor que a queima de R$ 307 milhões no primeiro semestre de 2023.