O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de +0,8% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, alcançando R$ 2,7 trilhões em valores correntes, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (04/06).
Este desempenho marca uma retomada econômica após um período de estagnação nos dois trimestres finais de 2023.
Em comparação com o primeiro trimestre de 2023, o PIB apresentou um crescimento de +2,5%. Esses resultados estavam dentro das expectativas do consenso LSEG de analistas, que previam um aumento trimestral de 0,8% e um crescimento anual de +2,2%.
A análise setorial revela que o setor de Serviços foi o principal impulsionador do crescimento, com um aumento de +1,4%, seguido pela Agropecuária, que teve um expressivo crescimento de +11,3%. A Indústria, por outro lado, permaneceu praticamente estável, com uma leve queda de -0,1%.
Dentro do setor industrial, houve quedas nos segmentos de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,6%), Construção (-0,5%) e Indústrias Extrativas (-0,4%), enquanto a Indústria de Transformação registrou um aumento de 0,7%.
No setor de Serviços, os destaques positivos incluíram Comércio (3,0%), Informação e comunicação (2,1%), Outras atividades de serviços (1,6%), Atividades imobiliárias (1,0%) e Transporte, armazenagem e correio (0,5%).
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o crescimento do comércio varejista, serviços pessoais ligados ao consumo das famílias, atividades de internet e desenvolvimento de sistemas, bem como os serviços profissionais, foram fatores-chave para a alta do PIB.
Ela também observou que a demanda continua sendo impulsionada pela melhoria no mercado de trabalho, além de taxas de juros e inflação mais baixas, e pelos programas governamentais de auxílio às famílias.
Sob a ótica da despesa, a Despesa de Consumo das Famílias aumentou 1,5%, enquanto a Formação Bruta de Capital Fixo teve um crescimento significativo de 4,1%. A Despesa de Consumo do Governo permaneceu estável (0,0%).
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços aumentaram ligeiramente em 0,2%, enquanto as Importações de Bens e Serviços cresceram 6,5%.
Atividades como Intermediação financeira e seguros (0,0%) e Administração, saúde e educação pública (-0,1%) mostraram estabilidade.
A taxa de investimento foi de 16,9% do PIB, uma leve queda em relação aos 17,1% registrados no primeiro trimestre de 2023. A taxa de poupança também diminuiu, ficando em 16,2%, comparada aos 17,5% no mesmo período do ano anterior.