Fusão entre Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) cria gigante de R$ 153 bi, mas mercado reage mal à relação de troca

5258195 98cb6b694dd7af9

A Marfrig (MRFG3) e a BRF (BRFS3) anunciaram a fusão de suas operações, criando a MBRF, empresa com receita combinada de R$ 153 bilhões e expectativa de sinergias de R$ 805 milhões ao ano.

A operação envolve a incorporação da BRF pela Marfrig, com uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF. A notícia provocou queda de 11% das ações da BRF no after market em Nova York, sinalizando desconforto com os termos da fusão, considerada mais favorável à Marfrig.

Para viabilizar o negócio, Marcos Molina abrirá mão do controle, ficando com 41% da nova empresa, seguido pelo fundo Salic (10%) e pela Previ (5,1%).

A fusão prevê ainda pagamento de dividendos de R$ 2,5 bilhões pela Marfrig e R$ 3,2 bilhões pela BRF. A alavancagem da MBRF deve começar em 2,9x EBITDA.

As companhias também estimam um ganho fiscal de R$ 3 bilhões e já vislumbram uma futura mudança de sede e listagem para os EUA, em busca de maior acesso a capital e múltiplos mais altos.

A transação ainda será submetida às assembleias, mas deve contar com votos suficientes para aprovação.

Banco do Brasil (BBAS3) vê lucro cair e pausa guidance após impacto da inadimplência no agro

banco do brasil mcamgo abr 280620211818 9

O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 7,3 bilhões no 1T25, queda de 20,7% na comparação anual e bem abaixo dos R$ 9 bilhões projetados pela Bloomberg.

A retração encerra uma sequência de 16 trimestres de crescimento e contrasta com os demais grandes bancos, que mantiveram alta ou estabilidade.

O desempenho foi afetado principalmente pelo aumento da inadimplência no agronegócio, impulsionado pelo avanço das recuperações judiciais no setor, e pela adoção da Resolução CMN nº 4.966/2021, que exigiu mudanças na contabilização e exigiu maior provisionamento.

O índice de inadimplência geral subiu para 3,9%, enquanto no crédito agro chegou a 3,04%. A provisão para calotes saltou 45% em um ano, atingindo R$ 89 bilhões.

O ROE caiu para 16,7%, abaixo de Itaú (23%) e Santander (17%), e o guidance para margem financeira, custo do crédito e lucro foi suspenso. Ainda assim, a carteira de crédito cresceu 14% em 12 meses, com destaque para as linhas PJ e agro.

Inflação ao produtor surpreende e recua 0,5% em abril nos EUA

investir nos eua e1582316378507 (1)

O índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA caiu 0,5% em abril ante março, contrariando as expectativas de alta de 0,2%, segundo o Departamento do Trabalho. Na comparação anual, o PPI avançou 2,4%, em linha com as projeções.

O núcleo do índice, que exclui itens voláteis, também recuou — queda de 0,4% no mês, frente a uma expectativa de alta de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo subiu 3,1%, ligeiramente acima do previsto.

O resultado indica uma desaceleração inesperada da inflação ao produtor no mês.

Eletrobras (ELET3) registra prejuízo de R$ 354 milhões no 1T25 após ajuste contábil na Chesf

eletrobras 1.jpeg (1)

A Eletrobras (ELET3) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com prejuízo líquido de R$ 354 milhões, revertendo o lucro de R$ 331 milhões apurado no mesmo período do ano anterior.

O resultado foi impactado negativamente por uma reversão de R$ 952 milhões na Chesf, relacionada à remensuração regulatória após revisões tarifárias nos contratos de transmissão.

O Ebitda regulatório somou R$ 5,49 bilhões, queda de 3,7% na comparação anual, enquanto o Ebitda ajustado recuou 4,1%, para R$ 5,38 bilhões.

A receita operacional líquida regulatória se manteve praticamente estável, em R$ 9,71 bilhões.

JHSF (JHSF3) mais que dobra lucro no 1T25, com forte desempenho em shoppings e avanço em projetos de expansão

JHSF

A JHSF (JHSF3) reportou lucro líquido de R$ 340 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 139% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda ajustado avançou 60,6%, para R$ 198 milhões, enquanto a receita líquida cresceu 37,4%, totalizando R$ 403 milhões.

O segmento de shoppings contribuiu com R$ 87,5 milhões em receita, impulsionado por aumento nas vendas dos ativos, com destaque para o Shopping Cidade Jardim.

A companhia também destacou o avanço nas obras dos projetos Boa Vista Village Town Center e São Paulo Surf Club, com inauguração prevista para este ano.

Azul (AZUL4) amarga prejuízo ajustado de R$ 1,8 bilhão no 1º trimestre de 2025

voo azul azul4

A Azul registrou prejuízo de R$ 1,8 bilhão no 1T25, uma alta de 460,4% na comparação anual.

O Ebitda caiu 2,1%, para R$ 1,3 bilhão, com margem de 25,7% (-4,6 p.p.), pressionado por desvalorização cambial, alta nos combustíveis e inflação.

A receita líquida total cresceu 15,3%, somando R$ 5,3 bilhões, com avanço de 15,2% na receita de passageiros (R$ 5 bilhões) e 17,3% em cargas e outros (R$ 377 milhões).

Os custos operacionais subiram 24,4%, atingindo R$ 4,8 bilhões. A capacidade (ASK) cresceu 15,6%, puxada por alta de 39,2% nas rotas internacionais, e a companhia transportou cerca de 8 milhões de passageiros no trimestre (+9,8%). O custo por assento (CASK) subiu 8%, refletindo variação cambial, inflação e maior depreciação da frota.

Nvidia (NVDC34) retoma valor de mercado de US$ 3 trilhões após parceria com fundo saudita

Nvidia

A Nvidia (NVDC34, NVDA) voltou a atingir US$ 3,16 trilhões em valor de mercado, impulsionada por alta de até 6,4% nas ações na segunda-feira (12/05), que chegaram a US$ 130,99.

O movimento se seguiu ao anúncio de uma parceria com a Humain, subsidiária de IA do fundo soberano da Arábia Saudita. A Nvidia fornecerá 18.000 chips GB300 Grace Blackwell para alimentar fábricas de IA no país, com capacidade inicial de 500 megawatts.

O avanço também ocorre após o anúncio de um investimento de US$ 600 bilhões da Arábia Saudita em infraestrutura de IA e energia nos EUA. Apesar da valorização recente, as ações da Nvidia ainda acumulam queda de 2,5% em 2025.

Inflação nos EUA sobe 0,2% em abril, abaixo do esperado pelo mercado

pmi composto eua unsplash scaled e1713893261857 (1)

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,2% em abril, abaixo da expectativa de 0,3% dos economistas consultados pela Reuters.

Em 12 meses, a inflação acumulada foi de 2,3%, também abaixo dos 2,4% registrados até março. O núcleo da inflação, que exclui alimentos e energia, também teve alta mensal de 0,2%, e acumulou 2,8% no ano — em linha com o mês anterior.

Apesar da surpresa positiva, economistas projetam que a inflação volte a subir nos próximos meses devido ao impacto das tarifas impostas sobre produtos importados, especialmente da China.

O relatório de abril ainda não captura plenamente essas medidas, mas o efeito deve aparecer a partir de maio. A trégua comercial de 90 dias entre EUA e China pode atenuar esse impacto, permitindo que o Fed mantenha sua postura cautelosa sobre a política de juros. Atualmente, a taxa está entre 4,25% e 4,50%, e o mercado espera possível corte em setembro.

IRB (IRBR3) lucra R$ 118,6 milhões no 1T25

irb irbr3 (1)

O IRB Re (IRBR3) registrou lucro líquido de R$ 118,6 milhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 49,9% em relação ao mesmo período de 2024 e praticamente em linha com a expectativa do mercado, que era de R$ 117,6 milhões, segundo consenso LSEG. É o nono trimestre consecutivo de lucro da companhia.

O resultado foi impulsionado principalmente pela evolução do resultado financeiro e patrimonial, que avançou 57,9% no trimestre, atingindo R$ 210,2 milhões.

O índice de sinistralidade total ficou em 66,5%, enquanto o prêmio retido somou R$ 974 milhões, com destaque para a linha Patrimonial, que respondeu por 52,5% do total.

No critério IFRS 17, o lucro foi de R$ 134,1 milhões, queda de 43% na comparação anual, reflexo da mudança contábil.

A empresa atribuiu a redução anual no prêmio retido ao deslocamento de vigência de contratos e ao desempenho mais fraco do mercado rural, mas espera recuperação nos próximos trimestres, com destaque para a renovação de contratos na América Latina.

Petrobras (PETR4) lucra R$ 35,2 bi no 1T25, acima do esperado pelo mercado

sonda margem equatorial petrobras (1)

A Petrobras (PETR4) registrou lucro líquido de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 48,5% na comparação com os R$ 23,7 bilhões do 1T24.

O resultado veio acima do consenso da LSEG, que projetava lucro de R$ 31,42 bilhões. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 61,08 bilhões, abaixo da expectativa de R$ 62,94 bilhões, enquanto a receita líquida ficou em R$ 123,14 bilhões, também abaixo dos R$ 124,93 bilhões estimados.

Segundo a companhia, o desempenho foi impulsionado pela valorização de 7% do real frente ao dólar e pelo aumento de 5,4% na produção total em relação ao 4T24, o que gerou um caixa de US$ 8,5 bilhões no período.

Desconsiderando os efeitos cambiais e eventos extraordinários, o lucro teria sido de R$ 23,7 bilhões (US$ 4 bilhões), avanço de 31% sobre o trimestre anterior.

A produção média de petróleo no Brasil foi de 2,2 milhões de barris por dia, queda de 1% em relação ao 1T24, mas com alta de 5,9% frente ao trimestre anterior.

A dívida bruta subiu 6,9% e fechou o período em US$ 64,49 bilhões, impactada por novos contratos de FPSOs, enquanto os investimentos somaram US$ 4,07 bilhões, alta de 33,6% na comparação anual e equivalente a 22% do guidance para 2025.