Sergio Neto

Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta quarta-feira, impulsionados por preocupações com possíveis interrupções no fornecimento da Austrália e expectativas de aumento da demanda na China.

O contrato mais negociado em Dalian avançou 0,91%, para 828,5 iuanes (US$113,36) por tonelada, enquanto a referência em Cingapura subiu 1,8%, para US$107,8 por tonelada, atingindo o maior valor desde outubro de 2024.

O fechamento de Port Hedland, maior ponto de exportação de minério de ferro do mundo, devido ao ciclone Zelia, elevou os preços. Além disso, a retomada da produção das siderúrgicas chinesas após o Ano Novo Lunar e o clima favorável para a construção também sustentaram o mercado.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou +0,16% em janeiro, informou o IBGE nesta terça-feira (11/02).

O número veio levemente acima do esperado, já que analistas consultados pela Lseg projetavam alta de +0,14%. No acumulado de 12 meses, a inflação recuou para +4,56%, contra a estimativa de +4,57%.

A maior influência negativa veio da energia elétrica residencial, que caiu -14,21% e reduziu o índice em -0,55 ponto percentual. O grupo Habitação, que inclui o item, recuou -3,08% no mês.

A Coca-Cola divulgou seus resultados do 4T24, apresentando um crescimento de +6,0% na receita anual, que alcançou US$ 11,5 bilhões, superando a estimativa de US$ 10,7 bilhões. O lucro por ação ajustado subiu 12,2%, atingindo US$ 0,55, acima da previsão de US$ 0,52.

O crescimento orgânico da receita foi de 14,0% no comparativo anual, significativamente superior à estimativa de +7,24% (surpresa de +676 bps).

A companhia conseguiu capturar a demanda em mercados emergentes, como a Índia, e expandir seu portfólio na América do Norte, adaptando-se ao comportamento dos consumidores em meio a orçamentos mais apertados.

Para 2025, a Coca-Cola projeta um crescimento orgânico de vendas entre 5% e 6%.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (10/02) a imposição de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio para o país, medida que impacta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos.

Segundo o Financial Times, membros do governo Trump afirmaram que as tarifas se aplicarão a todas as importações sem exceções para produtos específicos. A nova política entrará em vigor a partir de 4 de março.

De acordo com autoridades americanas, a decisão busca responder ao aumento das exportações estrangeiras desses metais, que estariam prejudicando os produtores locais. A medida foi tomada sob a Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, permitindo restrições comerciais por motivos de segurança nacional, mesma justificativa usada por Trump em 2018.

Além das tarifas sobre aço e alumínio, a administração Trump recentemente impôs uma tarifa de 10% sobre importações chinesas e ameaçou Canadá e México com ações similares.

O governo brasileiro avalia possíveis respostas à decisão. Especulou-se que uma retaliação poderia envolver a taxação de empresas de tecnologia norte-americanas, como Google, Amazon e Meta, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou essa possibilidade.

A Bombril (BOBR4) ajuizou, nesta segunda-feira (10/02), um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Regional Empresarial de São Paulo, aprovado pelo conselho de administração da companhia.

A medida busca reorganizar sua estrutura de endividamento e ocorre dois anos após a empresa descartar essa possibilidade, quando levantou R$ 300 milhões via cessão de direitos creditórios.

Além das dificuldades financeiras, a Bombril enfrenta passivos tributários de R$ 2,3 bilhões, relacionados a autuações da Receita Federal. Após uma decisão judicial desfavorável, a empresa optou por reconhecer esses valores em seu balanço, o que influenciou a decisão pela recuperação judicial.

O mercado de trabalho dos Estados Unidos abriu 143 mil vagas em janeiro, conforme os dados do relatório payroll divulgados pelo Departamento do Trabalho.

O número ficou abaixo da expectativa de 170 mil, mas houve uma revisão para cima do payroll de dezembro, passando de 256 mil para 307 mil.

A taxa de desemprego ficou em 4%, superando a previsão de 4,1%, enquanto os salários aumentaram 0,5% na base mensal, acima da projeção de 0,3%.

O crescimento de empregos foi impactado por fatores climáticos, como os incêndios na Califórnia e o frio intenso em algumas regiões.

O Bradesco (BBDC4) reportou um lucro líquido de R$ 5,4 bilhões no 4T24, com um ROAE de 12,7%. A carteira de crédito cresceu 11,9%, com maior participação de linhas de baixo risco e aumento na cobertura por colateral.

A inadimplência acima de 90 dias recuou 0,2 p.p. no trimestre e 1,1 p.p. no ano, atingindo 4,0%. Já o segmento de seguros foi um dos destaques, com ROAE de 25,1% no período.

Para 2025, o banco projeta um crescimento mais moderado da carteira de crédito, maior pressão nas despesas operacionais devido ao plano de transformação e melhores resultados no setor de seguros.

A Amazon (AMZO34) registrou receita líquida de US$ 187,7 bilhões no 4T24, um crescimento de +10% em relação ao ano anterior, impulsionado por todas as suas divisões, com destaque para América do Norte e AWS, que cresceram +43% e +48%, respectivamente.

O lucro líquido foi de US$ 20 bilhões, um aumento expressivo de +88,6% frente ao 4T23.

Para o 1T25, a empresa projeta vendas líquidas entre US$ 151,0 bilhões e US$ 155,5 bilhões, com crescimento de 5% a 9% em relação ao 1T24.

No entanto, o lucro operacional deverá cair, estimado entre US$ 14,0 bilhões e US$ 18,0 bilhões, abaixo dos US$ 15,3 bilhões do 1T24, devido a maiores investimentos, especialmente em inteligência artificial.

Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram para 219.000 na semana encerrada em 1º de fevereiro, um aumento de 11.000 em relação à semana anterior, segundo o Departamento do Trabalho.

A previsão dos economistas era de 213.000 pedidos.

Esse aumento, embora modesto, é consistente com o arrefecimento gradual das condições do mercado de trabalho.

A resiliência desse mercado tem sido um fator crucial para a expansão econômica nos EUA, permitindo que o Federal Reserve pause os cortes nas taxas de juros enquanto analisa o impacto das políticas do governo do presidente Donald Trump.

O Itaú Unibanco (ITUB4) divulgou seus resultados do 4T24, com lucro líquido de R$ 10,8 bilhões, representando um aumento de 15,7% em relação ao 4T23. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 22,1%.

A carteira de crédito do banco registrou crescimento de 10,2%, com destaque para a expansão nas grandes empresas (+21%). As despesas com provisão para devedores duvidosos (PDD) permaneceram controladas, com leve recuo de 0,3%. A inadimplência acima de 90 dias também apresentou queda, atingindo 2,4%, com redução de -0,4 ponto percentual.

O banco cumpriu as metas do guidance de 2024 e projeta um crescimento mais moderado da carteira de crédito em 2025, entre +4,5% e +8,5%, e um crescimento maior na margem financeira, com aumento de +7,5% a +11,5%.