Como analisar os dividendos das ações?

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Se você tem interesse em investir em ações e receber uma boa renda extra todo mês, esse conteúdo vai te mostrar como você pode chegar lá, utilizando uma boa estratégia e uma boa análise de dividendos das suas ações.

Em primeiro lugar, os dividendos são uma parte do lucro que a empresa gera, que é distribuído para os acionistas.

Quem é detentor de uma ação de empresa listada na Bolsa de Valores tem direito a receber os dividendos proporcionais a quantidade de ações que possui. Assim, quanto mais ações tiver, mais dividendos irá receber.

O grande desafio para a maioria dos investidores é como escolher boas ações que pagam dividendos.

É muito provável que você também tenha essa dificuldade. Então, no artigo de hoje, vamos mostrar como fazer a análise de dividendos de ações e, assim, escolher as melhores empresas para acrescentar à sua carteira de investimentos. 

COMO FUNCIONA O PAGAMENTO DE DIVIDENDOS

Como explicado anteriormente, os dividendos são parte do lucro gerado pela empresa que é distribuído aos acionistas. A partir desse entendimento é possível avançarmos um pouco mais na compreensão de como ocorre essa distribuição e o que analisar em uma ação que paga dividendos. 

1) PERCENTUAL DISTRIBUÍDO

Em relação ao quanto é pago em dividendos para os acionistas, essa informação pode ser encontrada no estatuto social da empresa. Via de regra, a Lei das S.A. (Lei 6.404/1976) estabelece um valor mínimo de 25% do lucro líquido gerado pela empresa, mas algumas companhias possuem uma definição mais precisa em seus estatutos.

De forma geral, a maioria das empresas paga apenas uma parte do lucro aos acionistas, pois é preciso reservar uma outra quantia para reinvestir no próprio crescimento da empresa. Dessa forma, o acionista também se beneficia com a valorização da ação no longo prazo e não apenas pelo pagamento de dividendos. 

2) LUCRO LÍQUIDO

Saber o percentual que a empresa costuma distribuir em dividendos é importante para analisar uma ação antes da tomada de decisão. No entanto, é fundamental identificar como o lucro está sendo gerado. O lucro pode ser fruto das operações regulares da empresa ou de eventos não recorrentes.

Quando o lucro é originado das operações comuns da empresa, isso é um bom sinal de que a companhia possui um negócio consistente e pode continuar pagando dividendos sustentáveis ao longo do tempo.

Por outro lado, se o lucro em determinado momento foi em virtude de eventos não recorrentes (vendas de ativos, ganhos tributários, operações financeiras…), os dividendos pagos tendem a não ser duradouros e o investidor que comprou uma ação baseado em dividendos passados pode se encontrar em maus lençóis, podendo até vir a ter prejuízo.

RECEBIMENTO DE DIVIDENDOS

Além de saber como funciona a análise de dividendos de ações e como eles são gerados, também é importante saber quanto e quando serão pagos.

O período de distribuição fica sob responsabilidade de cada empresa e também deve constar no estatuto. Via de regra, a maioria das empresas faz distribuição mensal, trimestral, semestral ou anual.

Existem quatro datas fundamentais que são importantes de se conhecer, para saber exatamente os valores e datas envolvidos no pagamento de dividendos:

  • Data de declaração: dia em que a empresa anuncia a distribuição de dividendos, informando o valor e as demais datas;
  • Data de registro: nesse dia a companhia registra os acionistas elegíveis a receber os dividendos;
  • Data ex-dividendos: dia a partir do qual novos acionistas que adquirirem as ações não irão receber os dividendos anunciados;
  • Data de pagamento: dia em que de fato ocorre o pagamento de dividendos.

ANÁLISE DE DIVIDENDOS

Até aqui, trouxemos alguns conceitos e situações importantes para serem observados em relação aos dividendos distribuídos pelas empresas.

Entender como o lucro é gerado e o quanto é pago são os primeiros passos antes de montar uma carteira de investimentos focada no recebimento de dividendos.

Mas, para aperfeiçoar ainda mais a análise, existem alguns indicadores financeiros que vão te ajudar a analisar as companhias de modo mais detalhado e assertivo antes de escolher suas ações.

1) DIVIDEND YIELD (DY)

Um dos indicadores mais utilizados para avaliar uma empresa em relação ao pagamento de dividendos é o Dividend Yield (DY). O DY é um indicador obtido pela divisão do valor do dividendo pago nos últimos 12 meses por ação pelo preço da ação negociada na Bolsa de Valores.

Assim, ele fornece uma análise dos retorno futuro projetado para a ação da empresa.

Vale ressaltar que o DY muda constantemente (afinal, a “renda variável varia”), tanto pela oscilação do preço da ação, como pelo valor dos dividendos pagos pela companhia. 

Criar um filtro inicial comparando as empresas que possuem os maiores DY, pode ser um primeiro passo interessante para escolher suas ações, mas não deve ser utilizado de forma isolada.

2) DIVIDEND PAYOUT

Outro indicador muito importante é o Dividend Payout. Ele refere-se a divisão entre o valor total pago em dividendos nos últimos 12 meses pelo lucro líquido gerado no período.

Enquanto o DY faz uma relação entre o dividendo e o preço do da ação, o Dividend Payout complementa a análise ao mostrar a relação entre o lucro e a distribuição de dividendos.

Dessa forma, você consegue identificar se a distribuição de lucros é sustentável e não prejudica a saúde financeira da empresa.

ANALISANDO OS FUNDAMENTOS DAS EMPRESAS

Mesmo que o seu objetivo principal no mundo dos investimentos seja o recebimento de dividendos estáveis e crescentes no longo prazo, não é interessante se limitar aos indicadores diretamente relacionados a eles para tomar suas decisões de investimentos.

É fundamental analisar a empresa de forma mais completa. O foco do investidor deve ser sempre o investimento em negócios sólidos e com boas perspectivas para o futuro.

Escolher as ações pelos bons fundamentos, tanto as ações que pagam dividendos como as que não pagam, acaba gerando retorno financeiro positivo para o acionista, seja pelos dividendos, seja por meio da valorização da ação.

Além disso, mesmo que uma empresa possua um bom histórico de pagamentos de dividendos, não há garantias de que os lucros continuem crescendo.

No longo prazo, uma boa gestão e a entrega de resultados consistentes é o que vai gerar valor aos acionistas. 

OUTRA FORMA DE FAZER SUA ANÁLISE DE DIVIDENDOS

Como você percebeu, orientar-se apenas por DY ou Dividend Payout não é o melhor caminho, pois há o risco de fazer uma análise superficial podendo ter prejuízo.

Nesse sentido, um outro fator que também influencia na distribuição de dividendos é o setor da empresa.

Por exemplo, negócios em setores perenes não costumam demandar reinvestimentos constantes. Assim, o lucro líquido tende a permanecer relativamente estável e, consequentemente, uma distribuição de dividendos mais estável.

Por outro lado, empresas novas ou em setores mais cíclicos com frequência necessitam maiores volumes de reinvestimentos para continuar crescendo e operando.

Mas se você quer saber como identificar ações que são boas pagadoras de dividendos e como escolher quais investir, temos uma excelente notícia!

Você pode contar com o nosso serviço de análise de dividendos especializado. Assim, é possível utilizar os conhecimentos de especialistas com vários anos de experiência no mercado para te orientar nos seus investimentos. 

CONCLUSÃO

Com o conteúdo desse artigo, temos certeza que ficará bem mais fácil para você encontrar boas ações pagadoras de dividendos na Bolsa de Valores. E, claro, conte com nossas recomendações de investimentos das carteiras Capitalizo para te ajudar na sua jornada.

Assim, você poderá construir uma carteira de investimentos de dividendos vencedora no longo prazo e conquistar sua independência financeira.

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Buy and hold: tudo o que você precisa saber sobre o assunto

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Comprar ações pensando em mantê-las no longo prazo é uma alternativa interessante para investidores da renda variável. Afinal, é possível lucrar com dividendos recebidos das empresas e usufruir da grande valorização dos papéis com o passar dos anos.

A estratégia deve ser pensada para ter companhias de qualidade na carteira. Assim, você sente mais segurança em relação ao crescimento delas no mercado e até mesmo à recuperação depois de eventuais crises econômicas, por exemplo.

Um método muito útil para estes investidores é o buy and hold. Que tal saber tudo sobre o tema? Confira a seguir as principais informações sobre o assunto e veja como utilizar esta estratégia no seu dia a dia!

O que é o buy and hold?

Buy and hold é um termo em inglês que, em tradução livre, significa “comprar e segurar”. Em outras palavras, ele se refere ao ato de adquirir ações para sua carteira de investimentos pensando em continuar com elas ao longo do tempo.

Consequentemente, o buy and hold se diferencia de estratégias de curto ou médio prazo — como as atividades de especulação. Nessas operações, o objetivo não é montar uma carteira relativamente estável, mas aproveitar as oscilações de preço em um curto período de tempo.

A principal ideia por trás da estratégia de investir no longo prazo é a de que o mercado se comporta com variações intensas no curto prazo, mas tem tendência de subida quando se considera vários anos ou algumas décadas.

Logo, diversos investidores avaliam correr menores riscos ao investir visando a valorização da economia real ao longo do tempo. Quando as escolhas são bem feitas, as ações podem estar valendo muito mais no futuro – no momento da venda.

Devido à sua característica de longo prazo, o buy and hold é praticado por grandes investidores nacionais e internacionais. Ele foi propagado pelo famoso Benjamin Graham e é utilizado desde então por Warren Buffett — uma lenda no mundo dos investimentos.

No Brasil, o grande investidor Luiz Barsi também faz uso desta estratégia.

Como o buy and hold funciona?

Agora você já sabe o que é o buy and hold. Como viu, o intuito é adquirir ações que comporão sua carteira por bastante tempo. Então, é preciso saber como escolher as melhores empresas para seguir como sócio delas, certo?

Por isso, algo importante no funcionamento da estratégia de longo prazo é a prática da análise fundamentalista. Ela consiste em avaliar fundamentos e indicadores das empresas para tirar conclusões sobre a capacidade delas no longo prazo.

O ideal, claro, é ter ativos de negócios sólidos, que tenham resiliência em momentos de dificuldade e apresentem boas condições para se manter e crescer em um mercado competitivo. Uma análise completa dos fundamentos permite fazer escolhas eficientes.

Ao falar sobre buy and hold, no entanto, é importante destacar que segurar as ações não significa que elas serão esquecidas na sua carteira ou que nunca serão vendidas. Embora a visão seja de longo prazo, existem momentos e oportunidades para realizar vendas.

Uma oportunidade, por exemplo, é quando as ações chegam a um patamar de valorização que o investidor avalia ser o maior possível. Assim, ele pode optar por realizar seus lucros. De outro lado, os papéis também podem ser vendidos quando a companhia perde qualidade.

O uso da análise fundamentalista representa não apenas uma avaliação inicial antes de comprar os ativos. Na verdade, as empresas devem seguir sendo analisadas por você para que seja possível perceber se elas continuam fazendo sentido na sua carteira.

Quais são as vantagens e desvantagens?

Conheça agora alguns pontos positivos e negativos a serem observados sobre a estratégia do buy and hold e avalie se ela faz ou não sentido para você!

Menores custos

De modo geral, ter uma visão de longo prazo na bolsa de valores reduz os custos do investidor. Isso porque acontecerão menos operações de compra e venda ao longo do tempo. Bastante diferente do trader, por exemplo, que realiza diversas negociações todos os dias ou semanas.

Como o investidor faz suas operações de forma mais espaçada, ele paga menos taxas de corretagem e outras cobranças da bolsa ou da corretora. Além disso, os custos com Imposto de Renda também são menores.

Maior tranquilidade diante de oscilações

Como falamos anteriormente, o mercado no curto e médio prazo apresenta diversas variações. Afinal, ele está exposto a muitos elementos que podem afetar o preço no qual as ações são negociadas em cada momento.

Quem não tem objetivos de longo prazo acaba mais exposto às oscilações. Ou seja, pode enfrentar prejuízos ao vender os papéis em pouco tempo. Já quem investiu em boas empresas e está disposto a esperar não precisa se preocupar, pois as oscilações só indicam perdas quando há venda.

Mais praticidade

Em termos práticos, o buy and hold também é uma vantagem. Os investidores não precisam acompanhar o mercado tão de perto ou realizar operações diariamente ou várias vezes por semana. Logo, ele demanda menos tempo de quem deseja se expor à bolsa de valores.

Riscos

Quando falamos nas desvantagens, não podemos deixar de citar os riscos do buy and hold. Apesar de ser vista como uma alternativa menos arriscada na bolsa de valores, os riscos não deixam de existir — já que estamos falando da renda variável.

Portanto, não há garantias de que você terá lucro. É preciso saber manejar os riscos e escolher boas empresas. E, ainda assim, elas podem perder fundamentos e não lhe trazerem os resultados esperados.

Então, é preciso saber lidar com o mercado e considerar estes riscos antes de optar por utilizar o buy and hold no seu dia a dia – e nas suas estratégias de investimento.

Exemplo de retorno no longo prazo

Se tratando de uma estratégia voltada para o longo prazo, podemos citar alguns exemplos de retorno acumulado durante um extenso horizonte de tempo. Um deles, é o de Lojas Americanas (LAME4), uma boa empresa, e que vem mantendo sólidos fundamentos durante muitos anos. O gráfico abaixo apresenta a rentabilidade acumulada obtida com a ação citada nos últimos 20 anos, juntamente com a performance no índice Bovespa no mesmo período.

No gráfico, podemos observar que LAME4 apresenta uma rentabilidade de mais de 24.500% acumulada nos últimos 20 anos. Em um exemplo hipotético, quem tivesse investido R$ 100,00 nestes papéis da companhia no início de 2001, teria acumulado hoje mais de R$ 24,6 mil, caso mantivesse o investimento ao longo de todo este período.

Trata-se, portanto, de um case de bastante sucesso em nosso mercado. Porém, mesmo se considerarmos o IBOV como a base para uma análise de rentabilidade no longo prazo, também veremos um desempenho bem satisfatório. Nos últimos 20 anos, o principal índice acionário brasileiro acumula cerca de 680% de retorno, novamente corroborando o interessante potencial de geração de valor que a estratégia apresenta no longo horizonte de tempo.

Como fazer buy and hold?

Depois de saber como funciona o buy and hold e conhecer suas vantagens, fica mais fácil avaliar se a estratégia faz sentido para você, certo? Ela costuma se adequar bem a investidores moderados ou arrojados, que queiram se expor à renda variável.

Antes de decidir se vale a pena praticar o investimento de longo prazo, no entanto, não deixe de considerar os seus objetivos. Afinal, aportar dinheiro de planos de curto prazo dessa forma, por exemplo, não seria interessante, certo?

Após analisar estas questões, você pode ter concluído que o buy and hold faz sentido para você e para o seu portfólio. O próximo passo, portanto, é fazer seus aportes.

Para realizar o buy and hold, basta colocar em prática a análise fundamentalista e montar uma carteira de ações sólida — lembrando-se de diversificar os investimentos. Para isso, é fundamental ter uma conta em uma instituição financeira e acessar o home broker para realizar suas operações.

E se quiser garantir uma análise fundamentalista de qualidade para a renda variável, montar uma estratégia eficaz de buy and hold – além de ter acesso, inclusive, às melhores small caps do mercado – adquira nosso produto Invista em Ações.

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Analistas Responsáveis

Danillo Sinigaglia Xavier Fratta, CNPI-T EM-1795

Daniel Karpouzas Barcellos, CNPI EM-1855

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