Contudo, vale a pena lembrar que, apesar de ser algo simples de entender, os dividendos correspondem a uma parte do lucro líquido das empresas, devolvida diretamente ao acionista.
A periodicidade do pagamento varia entre opções trimestrais, semestrais ou anuais.
Além disso, uma das estratégias mais utilizadas para escolher ações pagadoras de dividendos é avaliar o histórico de resultados das empresas.
Aquelas que apresentam um pagamento estável e crescente ao longo dos anos são, sem dúvida, as melhores candidatas para você acrescentar à sua carteira de ações.
Por isso, neste artigo, você verá se vale a pena investir em ações pagadoras de dividendos e descobrir quais foram as empresas que mais pagaram dividendos nos últimos 10 anos (2013 até 2023).
Confira!
VALE A PENA FOCAR EM AÇÕES PAGADORAS DE DIVIDENDOS?
Viver de dividendos é um dos principais objetivos da maioria dos investidores. De fato, essa estratégia é bastante poderosa, pois, ao potencializar o efeito dos juros compostos ao longo do tempo, ela aumenta o seu patrimônio de maneira exponencial.
Além disso, utilizar os dividendos pagos pelas empresas e juntá-los aos seus aportes mensais potencializa a quantidade de dividendos recebidos a cada mês, o que antecipa de forma considerável o atingimento dos seus objetivos financeiros.
O mais importante é que o pagamento de dividendos não tem correlação com a oscilação do preço de uma ação.
Como mencionamos anteriormente, os dividendos são parte do lucro que as empresas distribuem e, por causa de sua origem, isso não é influenciado pela variação dos preços no mercado.
Portanto, mesmo que você veja o seu patrimônio caindo em um momento de baixa, o pagamento de dividendos tende a não sofrer uma redução de mesma magnitude.
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AÇÕES QUE MAIS PAGARAM DIVIDENDOS NOS ÚLTIMOS 10 ANOS
Ao buscar boas empresas pagadoras de dividendos, fazemos uso de alguns indicadores, sendo o principal deles o Dividend Yield (DY).
Esse indicador mostra a relação dos dividendos pagos nos últimos 12 meses dividido pelo preço atual da ação.
Dessa forma, neste ranking, pegamos o DY médio das melhores pagadoras de dividendos da última década. Veja a lista:
10º – SANTANDER (SANB11)
O caminho de sucesso do Santander Brasil se iniciou em 1982, quando o grupo espanhol Santander abriu um escritório que o representasse em São Paulo.
É um dos principais bancos do país, pois, além de ter um foco amplo no mercado de varejo bancário (pequenos clientes), vem expandindo suas linhas de negócio para o atacado (grandes clientes).
Nos últimos 10 anos, a média de DY do Santander Brasil ficou em 5,2%.
9º – ENGIE BRASIL (EGIE3)
A Engie é uma empresa do setor de energia e possui um papel de liderança na transição energética no país.
É uma das maiores em geração de energia elétrica no Brasil, com uma capacidade instalada com cerca de 10 GW em 68 usinas, sendo que 100% das usinas são de fontes renováveis.
Nos últimos 10 anos, a empresa reportou um DY médio de 6,6%.
8º – ABC BRASIL (ABCB4)
Criado pela joint-venture entre Arab Banking Corporation e o Grupo Roberto Marinho em 1989, o Banco ABC Brasil deu os seus primeiros passos no mercado apenas em 1997.
É um banco múltiplo que se especializou na concessão de crédito e expansão de serviços destinados às empresas de médio e grande porte.
O DY médio ficou em 6,6% nos últimos 10 anos.
7º – BANCO DO BRASIL (BBAS3)
Contudo, apesar de ter sido criado em 1808 por Dom João VI, começou suas atividades somente em 1851.
Hoje, é o banco que tem a maior capilaridade no Brasil e maior participação em fornecer linhas de crédito para o agronegócio.
O banco é controlado pela União Federal e tem um valor de mercado de mais de R$ 130 bilhões de reais, cuja carteira de crédito já ultrapassou R$ 1 trilhão de reais.
Contando com diversos serviços e subsidiárias como a BB Seguridade (BBSE3), o Banco do Brasil entregou um DY médio de 6,8%.
6º – BANRISUL (BRSR6)
O Banco do Estado do Rio Grande do Sul teve sua fundação em 1928 e, em 1990, conquistou o status de banco múltiplo.
É um banco médio, de atuação regional e focado no varejo, que disponibiliza aos seus milhões de clientes pessoas físicas e jurídicas um amplo portfólio de produtos e serviços oferecidos por meio da maior rede de atendimento do sul do Brasil
É uma das principais Small Caps da bolsa e entregou uma média de Dividend Yield de 6,9% nos últimos 10 anos.
5º – CEMIG (CMIG4)
O quinto lugar fica com outra empresa do setor elétrico, a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), fundada em 1952.
Com pico de 25,14% em dezembro 2014, a Cemig chegou ao nível médio de Dividend Yield de 9,0% na última década.
4º – COPASA (CSMG3)
Criada em 1963, a atual Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais) só assumiu essa razão social em 1974.
A empresa atua com o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e o manejo de resíduos, atendendo mais de 11 milhões de pessoas.
Possui um excelente histórico de rendimentos, apresentando um DY de 7,4% em 2021, com a média dos últimos 10 anos sendo de 9,6%.
3º – COMGÁS (CGAS5)
A medalha de bronze fica com a Comgás, a maior distribuidora de gás natural canalizado do país. Possui uma rede de mais de 21 mil quilômetros, levando gás natural para mais de 2,3 milhões de consumidores nos segmentos residencial, comercial e industrial, em 95 municípios do Estado de São Paulo.
Sua rede de abrangência corresponde a 27% do PIB (Produto Interno Bruto).
Nos últimos 10 anos, a média de DY está em 10,9%, tendo atingido seu pico em 2016 com um Yield de 25%.
2º – TAESA (TAEE11)
O segundo lugar pertence à Taesa (Transmissora Aliança de Energia Elétrica SA), criada em 2003.
Com 43 concessões de transmissão de energia (mais de 15 mil Km de extensão) e 109 subestações em operação, a Taesa é vista como um dos maiores grupos privados do setor de energia atuando no Brasil.
Apresentando um DY médio de 13% (DEZ/16) e 15% (DEZ/14), a companhia conta com uma média de 11,0% nos últimos 10 anos.
1º – AUREN ENERGIA (AURE3)
Em suma, a medalha de ouro fica com a Auren Energia (AURE3).
A Auren Energia surgiu em 1966 ainda com o nome de Companhia Energética de São Paulo (CESP). Foi somente em 2022, que a empresa adotou a atual nomenclatura, tendo também alterado seu ticker na bolsa para “AURE3”.
Além de ter uma capacidade instalada de 2,5 GW para geração e comercialização de energia, a empresa protege os ambientes modificados por meio de reflorestamento.
CONCLUSÃO
Em síntese, ao adotar uma estratégia focada no recebimento de dividendos, é essencial, primeiramente, observar os indicadores fundamentalistas de forma geral, em vez de analisar apenas o Dividend Yield de forma isolada.
Esse indicador, por sua vez, pode servir como um filtro inicial; contudo, é igualmente crucial verificar se os pagamentos de dividendos resultam de uma boa geração de caixa e aumento dos lucros operacionais, e não de fatores pontuais ou não recorrentes.
Ademais, é importante destacar que as maiores pagadoras de dividendos geralmente são empresas do setor de utilidade pública, como saneamento e energia elétrica, que operam com contratos de longo prazo reajustados por índices inflacionários, o que, por consequência, garante maior previsibilidade de receitas.
COMO MONTAR UMA BOA CARTEIRA DE DIVIDENDOS?
Graças à nossa experiência, inclusive, desenvolvemos uma carteira especialmente focada nesses dois tipos de estratégia: a Carteira Dividendos +.
Além disso, é fundamental que busquemos nos posicionar em empresas com lucros crescentes. Dessa forma, podemos nos beneficiar não apenas do recebimento de dividendos, mas também de uma possível valorização das ações.