O Copom decidiu nesta quarta-feira (10/12) manter a Selic em 15% ao ano, confirmando a expectativa do mercado. Com isso, o foco recaiu sobre o comunicado, já que os investidores aguardavam algum sinal sobre quando poderá começar o ciclo de cortes.

No texto, o Banco Central reforçou o tom de cautela, citando um ambiente externo ainda incerto — especialmente por causa da conjuntura econômica dos EUA — e um cenário local que combina atividade moderando, mercado de trabalho resiliente e inflação ainda acima da meta.

As expectativas coletadas no Focus seguem desancoradas, com projeções de 4,4% para 2025 e 4,2% para 2026.

O Comitê destacou que os riscos inflacionários continuam elevados, tanto para cima quanto para baixo, e voltou a mencionar a necessidade de manter a política monetária em um patamar significativamente contracionista por período prolongado, dada a combinação de expectativas desancoradas, incerteza fiscal e pressões no câmbio.

Sobre os próximos passos, o BC afirmou que seguirá vigilante e poderá ajustar a política monetária caso julgue necessário, mantendo a estratégia de manutenção dos juros por mais tempo para assegurar a convergência da inflação à meta.

A decisão foi unânime entre os nove membros do Comitê.

O Federal Reserve reduziu nesta quarta-feira (10/12) a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para o intervalo entre 3,5% e 3,75%, movimento que ficou em linha com o esperado pelo mercado.

A votação foi dividida, mas o comunicado sinalizou que o banco central deve pausar novos cortes até ter maior clareza sobre os dados de emprego e inflação, que seguem parcialmente defasados após a paralisação de 43 dias do governo dos EUA.

Três dirigentes divergiram: Austan Goolsbee (Chicago) e Jeffrey Schmid (Kansas City) votaram por manter a taxa, enquanto Stephen Miran defendeu um corte mais forte, de 0,50 ponto.

No comunicado, o FOMC afirmou que avaliará cautelosamente os próximos indicadores, linguagem tradicionalmente usada para sinalizar pausa no ciclo.

O Fed destacou que a inflação “permanece um pouco elevada” e que o comportamento da economia seguirá determinando os próximos passos — em um contexto politicamente sensível, marcado por pressões para cortes mais agressivos.

Os dados de emprego e inflação referentes a novembro, atrasados pela paralisação, serão divulgados na próxima semana.

O IPCA teve alta de +0,18% em novembro, acima dos +0,09% de outubro, mas abaixo da projeção de +0,20% esperada pelos analistas.

No acumulado de 12 meses, o índice avançou 4,46%, também levemente abaixo da expectativa de +4,49%. O resultado foi o menor para um mês de novembro desde 2018.

O destaque de pressão de alta veio das passagens aéreas (+11,9%), seguidas por energia elétrica residencial e hospedagem.

Já as principais quedas ocorreram em itens de higiene pessoal e alimentos importantes, como tomate e arroz, o que levou o grupo Alimentação e bebidas a recuar -0,01% no mês.

Os serviços aceleraram de +0,41% para +0,60%, puxados por passagem aérea e hospedagem, enquanto os preços monitorados subiram +0,21%, influenciados pela energia elétrica.

Entre as regiões, Goiânia registrou a maior alta (+0,44%), e Aracaju teve a menor variação (-0,10%).

A Suzano (SUZB3) divulgou projeção de investimento de R$ 10,9 bilhões para 2026, mantendo a expectativa de desembolsos de R$ 13,3 bilhões em 2025.

Para o próximo ano, a maior parte dos recursos — R$ 7,3 bilhões — será destinada à manutenção das operações.

A companhia prevê ainda R$ 2,6 bilhões para terras e florestas e R$ 800 milhões para projetos de expansão e modernização.

A empresa destacou que o valor de manutenção será menor em 2026 devido à redução das necessidades de plantio e de compras de madeira, reflexo do acordo de permuta firmado em agosto com a Eldorado Brasil.

Pelo acordo, 18 milhões de metros cúbicos de madeira em pé no Mato Grosso do Sul serão trocados entre 2025 e 2031, conforme os volumes programados para colheita em cada período.

A Telefônica Brasil (VIVT3) informou a conclusão da aquisição da Telefônica Cibersegurança e Tecnologia (CyberCo Brasil) por R$212 milhões à vista, em operação realizada com o grupo controlador. A transação inclui ainda um pagamento adicional (earn-out) de até R$20 milhões em 2027.

A CyberCo Brasil atua com soluções integradas de cibersegurança, segurança da informação, consultoria, projetos e revenda de software e hardware, contando com mais de 300 especialistas.

Segundo a companhia, a compra amplia o portfólio de serviços, integra forças comerciais e reforça a expansão em soluções digitais voltadas ao cliente.

Nos últimos 12 meses até setembro, a área de cibersegurança da Telefônica Brasil registrou receita de R$5,1 bilhões, avanço de 34,2% e equivalente a 8,6% do faturamento total da empresa.

A Klabin (KLBN11) aprovou o pagamento de dividendos intercalares no total de R$ 1,11 bilhão. O valor corresponde a R$ 0,18 por ação ordinária ou preferencial (KLBN3; KLBN4) e R$ 0,91 por unit (KLBN11). O pagamento será feito em quatro parcelas iguais de R$ 278 milhões.

A companhia também aprovou um aumento de capital com bonificação de ações no valor de R$ 800 milhões, por meio da emissão de 61,8 milhões de novas ações — sendo 22,9 milhões ordinárias e 38,9 milhões preferenciais. Os acionistas receberão 1 nova ação para cada 100 ações da mesma espécie que possuírem, equivalente a uma bonificação de 1%.

Terão direito à bonificação os acionistas na base em 17 de dezembro de 2025. A partir de 18 de dezembro, ações e units passam a ser negociadas sem o direito ao recebimento. O crédito das ações bonificadas será realizado em 22 de dezembro.

As novas ações terão os mesmos direitos das atuais, mas não participarão dos dividendos anunciados neste fato relevante. Frações recebidas poderão ser negociadas entre 22 de dezembro de 2025 e 21 de janeiro de 2026; depois disso, serão agrupadas e vendidas em leilão, com o valor líquido distribuído proporcionalmente aos acionistas.

O custo atribuído às ações bonificadas será de R$ 12,94564988922 por ação, conforme normas fiscais aplicáveis.